Factoring assume riscos e oferece opção à antecipação de recebíveis

6/09/2014 – 00h00

Factoring assume riscos e oferece opção à antecipação de recebíveis

Um dos grandes instrumentos que servem de origem de recursos para a atividade de fomento mercantil é o FIDC e, atualmente, são R$ 6 bilhões em emissões por meio desse tipo de fundo

Pedro Garcia

São Paulo – Ainda pouco utilizadas no Brasil, as empresas de factoring, que compram crédito mercantil de empresas e assumem a cobrança da dívida, aportam no mercado como uma alternativa às linhas de antecipação de recebíveis oferecidas pelos bancos.

Diferentemente das instituições financeiras, além de ficarem responsáveis pelos ativos a receber, as companhias de factoring também assumem os riscos envolvidos na venda a prazo, como a inadimplência – na antecipação de recebíveis, após o desconto do cheque ou da duplicata, a empresa que tomou crédito fica responsável pela cobrança e os riscos.

O diferencial entre as factors e os bancos está, principalmente, nas taxas praticadas, que costumam ser maiores no factoring, e no mecanismo usado para análise do crédito – enquanto as financeiras exigem garantias da empresa credora para antecipar os recebíveis, as factors focam o outro lado da moeda: avaliam o histórico do devedor.

Viciados

Para o presidente da Brasilfactors, João Costa Pereira, os bancos são “viciados em colaterais (garantias)”. “O banco não olha tanto para a carteira de recebíveis dos clientes devedores. Ele olha para o balanço da empresa credora e analisa o que ela pode dar”, afirmou. “Se a empresa não tiver colaterais para oferecer, não consegue tomar crédito”, completou.

Além de comprar o direito creditório, as factors também oferecem serviço de análise de qualidade dos clientes, utilizando seguradoras de crédito, que avaliam o histórico das empresas e faz um rating de “bons pagadores”.

“A empresa não tem vocação para analisar riscos [da venda a prazo] e cobrar [dívidas]. A lógica do factoring está nessa assessoria, em que a fator se torna uma espécie de departamento de crédito e diz para quais clientes a empresa pode vender a prazo sem correr riscos”, observou o presidente da Brasilfactors.

Taxas

O preço referência para compra de crédito das empresas pelas factorings, segundo última medição feita pela Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac), está em 3,93% ao mês. As taxas cobradas pelos serviços oferecidos, por sua vez, variam de 0,5% a 3% do crédito total que a empresa assessorada vai conceder para o comprador.

Já as taxas de juros cobradas pelos bancos desconto de duplicatas, de acordo com o Banco Central, ficam entre 0,76% e 4,24% ao mês, enquanto os juros de descontos de cheques estão entre 1,59% e 4,49% ao mês. A taxa informada pelo BC é nominal – ou seja, não leva em conta as tarifas cobradas pelas instituições financeiras e os tributos.

FIDCs

Na década de 1980, as empresas da factoring, lideradas pela Anfac, travaram uma batalha judicial com o Banco Central, depois que a autoridade financeira baixou uma circular praticamente proibindo a atividade no País.

Hoje, depois de conseguir revogar a circular, o factoring é autorregulado. Para Pereira, entretanto, a atividade ainda é permeada de incertezas jurídicas, que dificulta o acesso dos investidores ao serviço.

Uma forma encontrada de contornar o problema – pelo menos pelas factorings de grande porte – foi a criação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que possui uma lei clara e é supervisionado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“Algumas grandes factorings viram o FIDC como uma oportunidade. Dá para grande parte dos serviços de factoring chegar às empresas através da estrutura FIDC. É uma novidade boa que o Brasil está implementando”, comentou Pereira.

“O ideal seria o Banco Central supervisionar o factoring ou o Estado brasileiro fazer uma lei clara. O que não se entende é viver na incerteza jurídica”, completou.

De acordo com a Anfac, entre 20% e 25% das cotas lançada no mercado têm que ser custeadas pelas empresas de factoring. O valor da carteira de crédito de FIDCs das factorings é de R$ 6 bilhões.

Conjuntura

Para o presidente da Brasilfactors, a conjuntura econômica do Brasil oferece terreno fértil para o factoring se desenvolver. “É uma excelente via, pois está mais perto da economia. Está mais ligado ao ciclo operativo da economia. Nós monitoramos mais de perto, damos um conforto maior”, finalizou.

Fonte: DCI – Diário Comércio, Indústria & Serviços.

www.dci.com.br/financas/factoring-assume-riscos-e-oferece-opcao–a-antecipacao-de-recebiveis–id415483.html

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